O candidato à presidência da Republica Felipe D’ávila (Novo) afirmou que a ausência do Estado favorece o garimpo ilegal e defendeu a implementação de tecnologias para o monitoramento da Amazônia Legal e desarticulação à cadeia produtiva do garimpo, incluindo os “maus políticos da região envolvidos com o crime organizado”.
Ele foi o primeiro presidenciável a ser sabatinado por jornalistas dos veículos de comunicação da Amazônia, ontem. Hoje é a vez de Ciro Gomes (PDT).
“É possível sim fazer uma fiscalização ativa e impedir que esses criminosos que destroem as nossas riquezas e empobrecem a população local. O Estado precisa fazer valer o seu poder para evitar atividades criminosas como essa”, disse D’ávila, em resposta ao jornalista Dante Graça de A CRÍTICA.
Outro ponto de destaque na entrevista foi a questão dos territórios indígenas. O candidato disse ser favorável ao que “está na Constituição”, para defender a demarcação de terras indígenas. Ele declarou ainda que, se eleito, pretende apoiar o uso das terras, inclusive, para a exploração de minério.
“Depois que eles decidirem que querem determinada atividade, até mesmo o garimpo legal, não ilegal, ou exploração de outras atividades, aí sim [haverá] a regulamentação, a lei, em caso de garimpo, a autorização do Congresso Nacional, mas eles precisam ser ouvidos”, destacou.
Economia verde
O caminhar do mundo em direção do carbono zero é, para Felipe Dávila, uma das soluções para o desenvolvimento sustentável da região amazônica. Uma das principais metas de seu governo seria o reflorestamento de cerca de 3 milhões de territórios degradados na região com a remuneração de R$ 500 por hectare para as pessoas mais pobres.
D’ávila, no entanto, declarou que pretende apostar em um modelos de economia da verde que deve movimentar mais de US$ 200 bilhões nos próximos anos. Para isso é necessário o desenvolvimento da “vocação da economia local”, disse ele ao se posicionar contra a forma como atualmente é concebida a Zona Franca de Manaus (ZFM).
“Não faz nenhum sentido ter uma Zona Franca de Manaus produzindo geladeira, televisão, motocicleta, com esse dinheiro que poderia estar indo para economia verde da Amazônia”, declarou.
Calendário
As sabatinas com os candidatos ocorrerem de forma on-line, individualmente. No caso de ACRÍTICA, as entrevistas poderão ser assistidas ao vivo, às 11h30 (horário de Manaus), nos canais oficiais do portal no Facebook e no YouTube. A programação vai até o dia 14 de setembro.
Após a sabatina de Dávila e Ciro Gomes, a rodada de entrevistas continua no dia 8 de setembro, com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A candidata Soraya Thronicke é a entrevista da dia 9 de setembro. O presidente Jair Bolsonaro (PL), no dia 12 . Pablo Marçal (Pros), em 13 de setembro. A candidata Simone Tebet (MDB) fecha a sabatina no dia 14.